quinta-feira, 29 de maio de 2014

Cabecinha no ombro, a origem

 Enquanto fazíamos uma das faxinas bienais na redação do El Fanzine, encontramos entre uma sacola velha com conteúdo suspeito e um rato morto a página original da historieta de quinta 'Cabecinha no ombro', de Rodrigo Nemo. Seguindo uma longa tradição (iniciada há dois posts), trazemos a evolução da história desde a página desenhada a mão até a versão final, após tratamento digital.


A página escaneada só no nanquim
A historinha foi esboçada manualmente, com lapiseira 0,7 milímetros, e finalizada com canetas descartáveis de nanquim (imagem à esquerda). Os balões foram desenhados a mão - não por uma escolha estética, mas porque o Rodrigo Nemo é semianalfabeto digital e não sabe fazê-los no Photoshop. O próprio autor escreveu a mão o texto nos balões como um guia para a etapa final, a letreirização digital (aliás, o texto no primeiro quadrinho é uma citação de 'A Metamorfose', de Kafka).
Nemo não usou referência, mas de memória baseou a cabecinha na professora de filosofia da USP, Marilena Chauí.







A página com o valor agregado pelo Photoshop











A página em seguida (à direita), após uma leve 'escurecida' no Photoshop, ressaltando os traços em preto e acentuando os pontos claros, para aumentar o contraste e facilitar a leitura. Depois desta etapa, a página finalmente fica pronta para ganhar cores.









No final, a história ficou assim










Em seguida, a página ganhou as cores digitais e as letras feitas a mão foram apagadas, sendo substituídas por letras inseridas via Photoshop (à esquerda), mais legíveis do que os garranchos do Nemo. Foi com essa cara aí, finalmente, que ela apareceu aqui no blog e no Facebook do El Fanzine. E desde então, A HISTÓRIA DOS QUADRINHOS continuou em seu rumo, inalterada.



Não deixe de acompanhar as historietas de quinta - ou vai dizer que existe algum outro site no MUNDO que traga pra você uma historinha original completa toda quinta-feira totalmente de graça?



Sim, sim, nós sabemos, nós sabemos.

HISTORIETA DE QUINTA 25


Por Abc.

terça-feira, 20 de maio de 2014

MAKING OF - HISTORIETA DE QUINTA 23

Você que é leitor fiel (?!) deste singelo espaço na internet, que acompanha e curte as historietas de quinta que os trabalhadores mirins escravos do EL FANZINE produzem nos porões de uma fábrica têxtil cambojana, deve achar que é molezinha fazer uma tira semanal pra postar no blog, certo?
SABE DE NADA, INOCENTE!!!
Manter a regularidade e a qualidade do material postado não é fácil, pequeno gafanhoto! São horas e horas que o artista passa debruçado sobre a prancheta (e frente ao computador) para desenhar uma tirinha que você provavelmente não vai gastar mais do que cinco segundos para ler. Você duvida??? Então, acompanhe o step by step do processo de produção da última historieta publicada neste blog que você tanto ama:

O primeiro passo é rascunhar a tira. Neste caso, o desenhista Tito Camello, autor da historieta 23, rascunhou tudo com o grafite azul antes de começar a arte-finalizar com caneta nanquim japonesa descartável (dessas que você acha fácil em qualquer papelaria). Nosso camarada Tito gosta de usar o grafite azul, pois poupa o tempo e o esforço normalmente gastos para apagar desenhos feitos com grafite comum.
Com mais calma, o passo seguinte é refinar o traço da arte-final, preenchendo as áreas hachuradas e de sombras, e incluindo os balões que serão posteriormente letreirizados. Repare que o acabamento do desenho está muito mais apurado em comparação com o da foto anterior.
Já com o desenho arte-finalizado, é hora de escanear a página e passar para o tratamento digital. Manipulando uma versão "Barba Negra" daquele programa de computador que nove entre dez artistas utilizam, fica fácil apagar os traços do grafite azul que foram digitalizados (deixando apenas a tinta) e colorir a tirinha. Também é aqui que entram as letras dos balões, o título da tira e os créditos. Para o Tito, a etapa de digitalização, cores e letreiramento, é a parte mais trabalhosa e demorada do processo.
E aí? Ainda acha que produzir uma tirinha dessas com um deadline semanal de postagem é fácil como assustar recém-nascido? 
Abraço, muchacho!